sexta-feira, 30 de maio de 2008

Vida...


Mães, filhas, avó, tias, irmãs...e alguns homens com seus títulos também...
Dia das mães - 05/96

Uma notícia que recebi hoje na hora do almoço, fez com que meu pensamento voasse no tempo e lembrei de algumas coisas engraçadas dos tempos de menina e outras de nem tanto tempo assim.

Soube que serei tia-avó.... título engraçado porque quando eu era criança achava que isso era só para velhas. Será então que sou uma velhinha?

Rapidamente minha mente começou a funcionar sem parar e como um novelo que se desenrola comecei a pensar em sequência.

Aquela meninha que segurei no colo há 23 anos atrás, passa de filha, sobrinha, neta para mãe em um segundo....

Aquela mãe, irmã e filha se transforma em avó num passe de mágica.

A mãe e avó se vê frente a frente com a novidade que será bisavó.

A irmã que poderá passar logo logo por esse processo, experimenta o sabor de ser tia pela primeira vez.

E eu, que era simplesmente filha, irmã, tia e mãe, ganhei o título de tia-avó.

Parabéns mamãe, vovó, bisa, tia-avó, tia.....uma nova fase inicia na vida de todas nós... que bom que a vida está sempre se renovando...

domingo, 25 de maio de 2008

Expressão


Isidro Ferrer, in o Livro das Perguntas


Acompanhando o "LIVRO DAS PERGUNTAS" de Pablo Neruda, com ilustação de Isidro Ferrer e tradução de Ferreira Gullar, editado pela Cosac Naify, que acabei de comprar, veio um marcador de páginas com a seguinte frase:

"O essencial da arte é exprimir; o que se exprime não interessa" Fernando Pessoa.

Isso me dá forças para continuar escrevendo e fotogrando cada vez mais.

É a minha expressão!

Mais sobre o livro...


"Uma forma de instigar inquietação e curiosidade das crianças, o Livro das perguntas, de Pablo Neruda, é um trabalho sem paralelo na obra deste que foi um dos maiores poetas do século XX. A edição tem tradução do também poeta Ferreira Gullar e conta com um esmerado projeto gráfico e impressão cuidadosa.
Espécie de testamento poético, onde o olhar da criança convive com o do homem sábio, o livro traz uma viagem ao imaginário de Neruda, onde as mais de 200 perguntas, divertidas e fora do comum, ajudam o leitor a refletir sobre o mundo, os homens, os animais, os elementos da natureza, o significado da vida e da morte, sobre tudo, enfim.
Com reproduções fotográficas de colagens e instalações, o ilustrador Isidro Ferrer, ao invés de tentar responder às perguntas de Neruda, captura a essência dos poemas e cria suas próprias questões por meio de uma série de pequenos cenários surrealistas, construídos como metáforas da sua maneira de perceber o mundo.
Ao final, a edição dá voz às crianças, que assinam os textos sobre o autor, ilustrador e tradutor." (Sinopse retirada do site da Editora Cosac Naify)

sábado, 24 de maio de 2008

Os Olhos da Cara


Guarapari - by Bruno 01/08

Mais um texto que recebo e tem tudo a ver com meus pensamentos e idéias.

Por que esconder a idade? Porque querer mudar o corpo com intervenções cirúrgicas? Porque querer mudar algo que não pode ser mudado?

Você pode mudar os momentos que viveu? Você pode mudar as experiências que teve ao longo dos anos? Você pode modificar o seu modo de pensar e agira, mas de um momento em diante, e não o que passou.

Se você não está satisfeita consigo mesma e quer dar uma guinada em sua vida, de nada adianta mudar somente a carcaça, tem que mudar o interior, a maneira de encarar a vida, a maneira de enfrentar os problemas.

Eu não me arrependo de nada que fiz e as lembranças que trago são cheias de emoção e de marcas em minha vida. Boas e más lembranças com certeza. A vida não é feita só de alegrias, as tristezas fazem parte do nosso dia-a-dia e tornam a nossa caminhada mais forte.

O que mudaria hoje? Não sei. Acho que só o fato de refletir sobre diversos assuntos e tornar público o meu pensamento já é uma forma de mudança de atitude.

O que eu gostaria que voltasse no tempo? Nada... apenas ter uma moto novamente... E isso em breve se tornará realidade.

Tente tornar todos os seus sonhos em realidade, a vida fica uma delicia quando vamos atrás de nossos sonhos!



OS OLHOS DA CARA
Martha Medeiros


"Mês passado participei de um evento co­memorativo ao Dia da Mulher. Era um bate‑papo com uma platéia composta de umas 250 mu­lheres de todas as raças, credos e idades. Principalmente idades. Lá peIas tantas fui ques­tionada sobre a minha e, como não me en­vergonho dela, respondi. Foi um momento ines­quecível. A platéia inteira fez um 'oooohh' de descrédito. E quando eu disse que, até aqui, ainda não enfiei uma única agulha no rosto ou no corpo, foi mais emocionante ainda: 'Ooooo­ooooooooooohhhhhh!' Aí fiquei pensando: 'Pô, estou neste auditório há quase uma hora exi­bindo minha incrível e sensacional inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho. Onde é que nós estamos?' Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado 'juventude eterna'. Estão todos em busca da reversão do tempo, e com sucesso: quanto mais ele passa, mais moços ficamos. 0.k., acho ótimo, porque de­crepitude também não é meu sonho de con­sumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada. A fonte da juventude chama‑se mudança. Eu sei disso, você sabe, e a escritora Betty Milan. também, tanto que enfatizou essa frase em seu mais recente livro, 'Quando Paris cintila'. De fato, quem é escravo da repetição está con­denado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter dispo­sição para guinadas. É assim que se morre jovem, sem precisar ter o mesmo destino de um James Dean ou de uma Marilyn Monroe. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa? Minha mãe recentemente mudou do apar­tamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu. Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos de idade. Rejuvenesceu. Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego em Porto Alegre por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu. Toda mudança cobra um alto preço emo­cional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora‑se muito, os ques­tionamentos são inúmeros, a vida se deses­tabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face. Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar. Um olhar iluminado, vivo e sagaz impede que a pessoa envelheça. Olhe‑se no espelho. Você tem um olhar de quem estaria disposta a cometer loucuras? Tem que ter. E aí pode abrir o jogo, contar a verdade: tenho 39, 46, 57, 78 anos! Ooooooohhhhhhh. Uma guria." (Revista O Globo 6 de abril de 2008)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O Tempo e a Varanda

Há 16 anos atrás mudei para esse apartamento onde moro até hoje e com essa mudança tive que mudar meu itinerário do trabalho até em casa.

Novas paisagens passaram a fazer parte do meu trajeto e fui me habituando a elas. Eu sempre tive a facilidade de escolher vários caminhos alternativos para fugir do trânsito de São Paulo, então, toda vez que o carro ficava parado mais de 5 minutos eu logo tentava outras alternativas.

Mas o que me faz vir aqui e escrever, não são as alternativas do trânsito de São Paulo e sim um fato que me chamou a atenção. Um lugar que eu passei em frente por esses anos todos e descobri que durante 15 anos uma varanda fez parte da minha vida e agora ela se foi.

Não, eu não falo de uma casa que foi abaixo e surgiu um prédio, nem das tantas que foram reformadas e transformadas em lojas, restaurantes, escolas ou bancos.

Eu falo de uma agência de publicidade que toda semana, ou a cada 15 dias, mudava as frases que colocava na sua varanda. Frases essas que estimularam meus filhos no início da alfabetização. Muitas vezes eles não entendiam o conteúdo, por se tratar de assuntos que não eram muito próprios para crianças, e na medida do possível eu explicava para eles.

Eles cresceram lendo as frases e eu, toda vez que passava por lá e o trânsito estava fluindo pedia que eles lessem para mim, adorava passar lá e ver uma nova colocação... sempre geniais.

Há algumas semanas me deparei com a seguinte colocação:



(VAMOS MUDAR. DEPOIS DE 15 ANOS, NOSSA VARANDA INFELIZMENTE VAI ACABAR. MANDE SUA FRASE FAVORITA PARA O FESTIVAL DA VARANDA. VARANDA@NOVASB.COM.BR)

Pois é. Foi quando me dei conta do tempo que havia passado entre eu descobrir a varanda e hoje quando ela simplesmente vai sair da minha vida e da tantas outras pessoas que com certeza se acostumaram a ela.

Em seguida a essa mesnagem apareceu outra:



(ESTA VARANDA JÁ FICOU TRISTE, ALEGRE, INDIGNIDA, COM VERGONHA. JÁ FEZ HOMENAGENS, BRINCADEIRAS, JÁ FICOU BRAVA E DISSE O QUE MUITA GENTE QUERIA FALAR. JÁ ESTAMOS COM SAUDADES!)



E ontem, infelizmente estava sem minha câmera, já tem outra mensagem, que pelo seu conteúdo será a última. Tentarei fotografar na segunda feira (e se conseguir a colocarei aqui) quando farei meu trajeto diário novamente, pensando para onde vai a varanda?

Consegui fotografar........ (TCHAU. OBRIGADO. E ATÉ MAIS!)


Será que as geniais sacadas do cotidiano sobre o povo brasileiro e o mundo irão para outro lugar? Como farei para ler novamente as frases da varanda?

E mais... o que será que vai acontecer com aquela casa? No que ela se transformará? Qual o uso que será dado àquela varanda?

Adeus varanda...